Oliveira

Nome vulgar: Oliveira
Nome científico: Olea europaea L.

Árvore até 15 m, de grande longevidade, com copa larga e tronco grosso, frequentemente muito curto e nodoso, por vezes dividindo-se em vários troncos ou com rebentos, e frequentemente com numerosas cavidades no tronco e ramos principais. Apresenta floração entre julho e agosto e frutificação entre setembro e outubro. Cresce em bosques abertos e matos de zonas secas e rochosas da região mediterrânica, Portugal e Crimeia.
A oliveira pode viver centenas ou até milhares de anos. É uma das árvores que há mais tempo é cultivada pelo homem. Na Ásia Menor foram descobertos vestígios de instalações de produção de azeite e fragmentos de vasos datados do início da Idade do Bronze. No entanto, em todo o Mediterrâneo têm sido encontradas folhas de oliveira fossilizadas, datadas do Paleolítico e do Neolítico. Os egípcios, 6.000 a.C., atribuíam a Ísis, mulher de Osíris, Deus supremo da sua mitologia, o mérito de ensinar a cultivar a oliveira. Por volta de 3 000 a.C., a oliveira já era cultivada por todo o “Crescente Fértil”, cuja dispersão pela Europa mediterrânica ficou a dever-se à civilização grega. Os gregos e os romanos eram grandes entusiastas e produtores de azeite e igualmente pródigos em descobrir aplicações para o azeite, desde elemento culinário, elemento para a saúde como medicamento, unguento ou bálsamo, perfume, combustível para iluminação, lubrificante de alfaias ou até enquanto impermeabilizante de tecidos. Da mitologia grega relata-se que, antes da disputa pela Ática, a deusa Atenea haverá feito uma oferta aos deuses, uma Oliveira, que iria dar frutos durante centenas de anos, e dos frutos, as azeitonas, poder-se-ia retirar um líquido para alimentar, tratar feridas, limpar o corpo ou iluminar a noite. A luta foi ganha, e a cidade passou a chamar-se Atenas. Na Bíblia, no Antigo Testamento, por exemplo, era um ramo de oliveira que a pomba de Noé trazia para anunciar a misericórdia divina no dilúvio, e, já no Novo Testamento, foi no meio de oliveiras que Cristo meditou antes do calvário.
A cultura do olival espalhou-se pela bacia do Mediterrâneo e, com as expedições marítimas dos portugueses e espanhóis, a oliveira chegou às Américas, propagando-se por todo o mundo, desde a Argentina, Austrália, Chile, Estados Unidos da América, até ao Japão, México, China e República da África do Sul, entre outros. Em Portugal, por exemplo, o azeite figurava como troca comercial em 1266 no foral de Silves.
A oliveira tem uma forte componente simbólica, tanto que a pomba da paz transporta um ramo no bico e as coroas dos vencedores olímpicos da antiguidade eram também feitas com os seus rebentos. Atualmente é possível encontrar exemplares únicos no Líbano, em Itália ou na ilha de Creta. Em Portugal, com 3350 anos, está uma oliveira em Abrantes. Logo a seguir, com 2850 anos, fica uma oliveira em Santa Iria de Azóia. E em terceiro está uma com 2450 anos em Monsaraz.
O fruto, a azeitona, pode ser comida ou dela pode extrair-se óleo – o azeite – que tanto é utilizado à mesa como alimento ou como iluminação. Nos tempos antigos, e ainda nos dias que correm, é também utilizado para fins medicinais e estéticos.